UTI

Pediátrica e Neonatal

Humanização

Humanização da UTI Neonatal auxilia no tratamento de bebês de baixo peso.

A assistência humanizada vem se consolidando como uma forma bastante eficaz de acelerar o processo de recuperação de recém-nascidos de baixo peso. A prática em vários hospitais brasileiros, incentivada pelo Ministério da Saúde, comprova que os bebês com menos de 2.500 kg ou prematuros têm um desenvolvimento mais adequado quando são acompanhados de perto pelos pais durante sua internação.

Cerca de 13 milhões de crianças nascem prematuras por ano no mundo e mais de um milhão morrem no primeiro mês de vida. Um estudo proposto pelo Ministério da Saúde, em 2004, com 985 recém-nascidos de baixo peso, mostrou que as chamadas Unidades Canguru tiveram desempenho superior em relação ao aleitamento materno exclusivo e, aos três meses após alta, menores percentuais de reinternação dessas crianças.

A utilização do Método Canguru, que não dispensa assistência e os recursos tecnológicos das UTIs neonatais, é realizada em três etapas: a primeira consiste em promover o contato pele a pele do bebê aconchegando-o ao peito da mãe ou do pai, evoluindo gradativamente até a posição vertical (semelhante à mãe canguru e seu filhote), em alguns momentos da internação. A segunda etapa incentiva o posicionamento vertical do bebê o maior tempo possível, mantendo mãe e filho na posição canguru. Já na terceira etapa, após a alta hospitalar, a mãe ou o pai continuam aninhando o bebê junto ao corpo e fazendo o acompanhamento com a sua equipe de saúde.

São muitos os benefícios obtidos com o contato dos pais junto aos prematuros na incubadora. Está comprovado que a prática da posição canguru aumenta os vínculos afetivos, melhora o desenvolvimento neurocomportamental e psico-afetivo do recém-nascido de baixo peso, favorece o aleitamento materno, permite controle térmico adequado, colabora para a estimulação sensorial, contribui para redução do tempo de internação, risco de infecção hospitalar, estresse, choro e a dor nos bebês. Além disso, proporciona uma oxigenação mais adequada, por meio da liberação das vias aéreas, evitando sufocamento e reduzindo o risco de apnéia.

A história deste método simples e eficiente teve início na Colômbia, em 1979, criado pelos médicos Edgar Rey Sanabria e Hector Martinez, do Instituto Materno Infantil de Bogotá. Foi uma solução inicial para a falta de recursos tecnológicos dos hospitais, favorecendo a alta precoce dos bebês prematuros. Com o sucesso, a iniciativa foi apoiada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que passou a divulgar os grandes benefícios, difundindo a prática tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento.

No Brasil, o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos (SP), em 1992, e o Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP), em 1993, foram os pioneiros na adoção do método. Em 1997, o modelo adotado pelo IMIP foi reconhecido pela Fundação Getúlio Vargas na premiação Gestão Pública e Cidadania, sendo também premiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como Best Practices. A partir desse momento, houve uma considerável expansão no país, o que contribuiu para a sua definição como uma política pública.

Atualmente, o Ministério da Saúde tem promovido capacitações em todas as regiões do país para profissionais de saúde. A atuação começa numa fase prévia ao nascimento do bebê, com a identificação das gestantes em risco de darem à luz a uma criança prematura e de baixo peso. Nessa situação, a mãe e a família recebem as orientações e os cuidados específicos que devem ter com o bebê, além de apoio e estímulo para que estabeleçam contato físico e se aproximem da criança.


“Humanização em saúde: o que é e quais são os princípios?”.

Fonte: Humanização em saúde- © 2024 Hi Techcologies Ltda