UTI

Pediátrica e Neonatal

O site foi criado com o objetivo de ser uma referência para consultas dos médicos intensivistas das áreas de pediatria e neonatologia. Reunindo os temas atualizados da prática cotidiana dos cuidados intensivos, do recém-nascido e das crianças. Aperfeiçoar a assistência prestada pelos profissionais melhorando a qualidade do atendimento.

Atualizado em 2024 por Dr. José Marcelino C. Ceccon

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Terapia intensiva neonatal e pediátrica no Brasil.

A terapia intensiva neonatal e pediátrica no Brasil experimentou um grande desenvolvimento nos últimos 20 anos, de certa forma acompanhando a tendência mundial. No entanto, o que se observa hoje é que esse crescimento se fez e ainda continua ocorrendo sem um planejamento estratégico adequado. O resultado, há muito percebido pelos usuários do sistema, somente agora começa a ser claramente evidenciado: não há eqüidade na distribuição dos leitos, com desigualdades nacionais e regionais; o acesso é limitado, penalizando quase sempre a parcela mais carente da população; e a qualidade dos serviços prestados é extremamente contrastante, variando de unidades altamente sofisticadas a outras sem a estrutura mínima necessária.

Diversos fatores podem ser apontados para explicar essa situação, destacando- se, por grupo de problemas,os seguintes:

(1) falta de eqüidade: o grande investimento necessário para a abertura de unidades de tratamento intensivo (UTI), tanto do ponto de vista dos recursos materiais quanto da formação de recursos humanos, levou à concentração natural dessas unidades nas regiões mais ricas e desenvolvidas, fenômeno observado tanto em nível nacional quanto estadual e até mesmo municipal;

(2) acesso limitado: a falta de planejamento tanto no setor público quanto no privado levou a desigualdades na oferta de leitos, geralmente com excesso no setor privado e carência de leitos públicos, de acesso universal;

(3) estrutura desigual: a normalização oficial para o setor é relativamente recente e confusa, coexistindo normas que permitem o funcionamento de unidades antigas, mas sem estrutura adequada, com normas tão idealizadas e bem intencionadas (mas equivocadas) que inviabilizam a abertura de novos serviços. Alie-se tudo isso à falta de informações confiáveis sobre o sistema e a uma fiscalização precária e teremos um retrato da realidade atual.

Arnaldo Prata Barbosa *.

Barbosa AP. Terapia intensiva neonatal e pediátrica no Brasil: o ideal, o real e o possível. J Pediatr (Rio J). 2004;80:437-8.

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